A primeira viagem de teste com passageiros do protótipo de ônibus híbrido elétrico-hidrogênio foi realizada nesta quarta-feira (18), em Maricá, Região Metropolitana do Rio, na linha que conecta os hospitais municipais Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí, e Conde Modesto Leal, no Centro.
O projeto, desenvolvido pela Coppe/UFRJ em parceria com a Prefeitura de Maricá, marca o início de um esforço para descarbonizar a frota de transporte público local, atualmente composta por 145 ônibus que operam 42 linhas.
O veículo é fruto de um investimento de R$ 11,5 milhões, sendo desenvolvido pelo Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ, em colaboração com a prefeitura e a Tracel Industrial. A iniciativa faz parte de um plano para modernizar e tornar a frota mais sustentável, utilizando tecnologias que priorizam energias limpas. Além do modelo testado, outros dois protótipos estão sendo desenvolvidos, combinando etanol, hidrogênio e energia elétrica.
O prefeito de Maricá, Fabiano Horta, destacou a importância do projeto para a economia local e o meio ambiente.
Estamos investindo royalties do petróleo em pesquisa e desenvolvimento de uma tecnologia que pode transformar Maricá em um polo de produção de ônibus sustentáveis, além de contribuir para a construção de uma economia verde
O ônibus híbrido não emite poluentes e utiliza energia de forma mais eficiente do que os veículos tradicionais, que aproveitam apenas 15% do potencial energético do combustível. Além disso, a prefeitura pretende patentear a tecnologia, garantindo royalties futuros.
De acordo com Igor Sardinha, secretário de Desenvolvimento Econômico, a meta é que a produção dos ônibus seja realizada no município.
“Com essa tecnologia sendo testada em condições reais, já planejamos a montagem local, consolidando Maricá como referência em industrialização e inovação”, declarou.
Próximos testes
Novos testes estão previstos para janeiro de 2025, quando serão avaliados os diferentes protótipos. A partir desses resultados, será decidido qual modelo será incorporado à frota municipal. A cidade também projeta investimentos em outras áreas de energia limpa e inovação até 2030, quando espera se consolidar como polo de inteligência no país.
Amanda Mendes, moradora de Itaipuaçu e uma das primeiras passageiras do ônibus, elogiou a iniciativa.
“É muito bacana ver a cidade olhando para o meio ambiente e a sustentabilidade. Espero que esse projeto avance e se torne um exemplo para outros municípios”, disse.
A experiência do ônibus híbrido foi destacada pelo professor Paulo Emílio Valadão Miranda, da Coppe/UFRJ, que ressaltou os benefícios do veículo.
“Ele não gera poluentes, é silencioso e proporciona maior conforto aos passageiros e motoristas”, concluiu.