InícioDestaqueAcidente Voepass: relatório mostra as causas da queda de avião

Acidente Voepass: relatório mostra as causas da queda de avião

A queda do avião da Voepass, que aconteceu em 9 de agosto, vitimando 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, teve suas causas preliminares reveladas nesta sexta-feira (6), após representantes da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgarem um relatório evidenciando o que foi encontrado nos registros das caixas-pretas da aeronave, bem como os resultados das perícias realizadas.

De acordo com os representantes, que disseram que as informações não possuem nenhum viés punitivo, os registros inciais apontaram que o sistema de degelo e os controladores de temperatura tiveram falhas. Além disso, de acordo com informações do Cenipa, uma parte do motor esquerdo que leva o ar pressurizado ao interior da aeronave, chamada de “pack” estava inoperante. Também foi dito que o piloto relatou “bastante gelo sobre as asas” e pediu “potência” pouco tempo antes da queda.

O relatório indicou que esses mecanismos oscilaram, ligando e desligando, por diversas vezes antes de a aeronave cair.

Como foi a coletiva de imprensa

O tenente-brigadeiro do ar, Marcelo Damasceno, fez um pronunciamento antes do início da coletiva, reforçando que as perícias ainda estão em andamento para que, ao fim de todo o processo investigativo, seja dado o resultado final. Por fim, disse que prestará auxílio integral aos familiares.

Na sequência, o brigadeiro Marcelo Moreno diz que objetivo da investigação do Cenipa é, além de evidenciar fatores que podem ter contribuído com o acidente, fornecer melhorias com a finalidade de evitar outros acidentes.

Paulo Mendes Fróes, que é tenente-coronel aviador e investigador-encarregado do Cenipa, foi o responsável por apresentar as informações referentes ás possíveis causas da da queda da aeronave ATR 72-500 da Voepass, que estava com manutenção em dia, de acordo com toda a documentação apresentada.

O oficial detalhou o plano de voo, dados sobre a aeronave, informações meteorológicas e reforçou que todos os tripulantes estavam habilitados para a aeronave em questão e possuíam treinamento adequado para voos em condições de gelo ou frio extremo.

Fróes disse que havia previsão para “formação de gelo severo” na rota entre Cascavel, no Paraná, e o o aeroporto de Guarulhos, destino final da aeronave.

O militar informou que o piloto não reportou nenhuma emergência à torre de aproximação de São Paulo, mas pediu para reduzir a altitude. Inicialmente o pedido foi negado, pois outra aeronave estava na mesma rota. Posteriormente, às 13h21, a aeronave teve perda de controle e ingressou em uma altitude anormal de voo. O gravador de voz da cabine registrou conversas da tripulação, onde é falado em “dar potência”. Também foram ouvidos muitos gritos por parte dos passageiros. Um minuto depois destes acontecimentos, o avião colidiu com o solo.

A Cenipa disse que recebeu a notificação sobre o ocorrido às 13h37, quando enviaram comunicados aos órgãos responsáveis e começaram a mandar socorristas e técnicos ao local da queda, estes que chegaram às 16h25. No mesmo dia, às 18h, as caixas-pretas foram localizadas, mas somente no dia seguinte à queda, às 20h os dados foram extraídos em laboratórios.

Ao final da coletiva, o oficial detalhou todos os procedimentos que podem ser acionados nos casos de gelo severo, emergências e os recursos técnicos que a aeronave possui para as circunstâncias apresentadas. Por fim, Fróes disse que investigações vão continuar para trazer dados mais robustos a respeito do acidente. Ainda não há um prazo definido para que os estudos sejam finalizados.

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