O motociclista de aplicativo Almir Santana, de 40 anos, relatou ter sido vítima de agressões físicas durante abordagem em uma blitz realizada na noite desta segunda-feira (20), na Avenida Presidente Kennedy, no Centro de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. Segundo Almir, ele teve o rosto pisoteado e sofreu ferimentos nos braços e punho.
O episódio ocorreu enquanto o trabalhador realizava sua última corrida do dia, transportando um cliente. Ele afirma ter sido parado pela blitz e, ao apresentar os documentos do veículo, foi informado de que sua moto seria rebocada.
“Eu trabalho com aplicativo há três anos. Ontem passei o dia todo no sol, e essa era minha última corrida. Na blitz, eles pediram os documentos e verificaram que a documentação estava em atraso, mas eu já havia pago tudo no final de semana, IPVA, GRT, taxas retroativas. Mostrei os comprovantes, mas mesmo assim disseram que iam apreender a moto. Questionei porque havia cumprido minha parte e estava com a moto em condições de transitar, mas usaram de total truculência”, disse Almir.
Segundo o motociclista, a situação ficou tensa após ele questionar a decisão dos agentes.
“Me recusei a descer da moto porque estava tudo pago, mesmo que ainda não constasse no sistema. Houve confusão, que gerou as agressões, pisaram no meu rosto e levaram minha moto para o depósito. Agora vou ter que pagar reboque, diárias e taxas, mesmo tendo cumprido com minhas obrigações”, lamenta.
Após o episódio, ele foi levado algemado para a 72ª DP (Mutuá), onde prestou depoimento e foi liberado.
O motociclista, que tem um filho atípico, afirmou que fez o pagamento das dívidas para evitar problemas como este e garantir o sustento da família.
“Abri mão de comprar comida para regularizar a documentação e agora vou ter que me virar com mais gastos”, desabafou.
Caso de polícia
Na manhã desta terça-feira (21), Almir compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó para realizar exame de corpo de delito.
A Prefeitura Municipal de São Gonçalo informou que a Guarda Municipal deu apoio a operação de fiscalização realizada pelo 7º Batalhão da Polícia Militar, que teve como objetivo coibir armas e drogas no município.
Durante a ação, um motociclista foi abordado e constatado que a documentação do veículo estava irregular. Segundo a prefeitura, os agentes ainda pediram que ele descesse do veículo, mas Almir se recusou por inúmeras vezes, desobedecendo uma ordem legal. A administração municipal afirma que ele teria proferido ofensas contra os agentes.
A prefeitura confirmou que ele precisou ser retirado do veículo e que foi ser algemado, pois tentou resistir. Mas não confirma agressão.
Ele foi detido por coação e levado para a 72ª DP (Mutuá), já que teria tentado coagir os funcionários públicos a não seguirem com os trâmites legais. O homem foi ouvido e liberado.
Segundo Detran, documentos são atualizados em até 72 horas após o pagamento. Para licenciar um veículo, há necessidade do pagamento da GRT, IPVA e multas vencidas. A comprovação de um determinado pagamento não significa que o veículo esteja licenciado.
