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Cânticos são destaque em apresentação gratuita, em Niterói


O circuito de apresentações do Afrotelúricos inclui 12 eventos ao todo


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Divulgação / Arthur Ribeiro / Prefeitura de Niterói

A contação de histórias do grupo Afrotelúricos resgata os cânticos entoados por escravizados durante o trabalho desde os tempos da colonização. Neste sábado (27), às 11 horas, a Sala Pascoal Carlos Magno, no Campo de São Bento, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói, será palco desta apresentação única. O projeto foi contemplado no Edital do Fomentão/2023 da Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal das Culturas.

Os vissungos, cânticos tradicionalmente entoados pelos escravizados em fazendas de Minas Gerais, são o foco central da apresentação. Segundo a criadora do projeto, Ana Rosa, esses cantos integravam o cotidiano dos escravizados e se tornaram uma parte essencial da cultura das áreas de difícil acesso na Chapada Diamantina.

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“Esses cantos eram entoados pelos escravizados no cotidiano do trabalho. Desde então, isso passou a fazer parte da cultura da região de difícil acesso, na área da Chapada Diamantina”, explica Ana Rosa.

Ana Rosa, que é cantora, contadora de histórias e dançarina de ritmos da cultura popular, criou uma narrativa fictícia baseada em descobertas feitas através de pesquisas sobre os escravizados que viveram e trabalharam na região. “Criei personagens que contam o significado de cada canção e sobre o que eles falam, contextualizando o que esses cantos diziam”, acrescenta.

O circuito de apresentações do Afrotelúricos inclui 12 eventos ao todo, com contações de histórias previstas em escolas e bibliotecas do município. Até o momento, quatro apresentações já foram realizadas. O grupo leva ao palco novos arranjos baseados em uma extensa pesquisa de obras musicais que fazem parte da memória popular, alinhando-se às mais puras manifestações negras do país.

Ana Rosa fundou o Afrotelúricos em 2016, com o objetivo de valorizar os ensinamentos passados por gerações de ancestrais. “Afro é tudo que nasce do ventre e da herança de África; Telúrico é o que vem da terra, somos filhos da terra. Por isso a necessidade de valorizar os saberes e conquistas dos nossos antepassados”, comenta.

Entre as grandes referências culturais do grupo estão nomes como Clementina de Jesus, Djalma Correa, Tia Doca e Geraldo Filme, especialmente através do LP “Canto dos Escravos”, gravado na década de 80. “Nossas pesquisas nascem do universo lírico dos Vissungos, antigos mineradores africanos da região de Minas Gerais, e se estendem por toda cultura popular afro-brasileira”, explica Ana Rosa.

Com um repertório vasto que percorre a cultura popular brasileira, o Afrotelúricos promete oferecer ao público uma experiência rica em história e tradição, celebrando a herança cultural e os saberes ancestrais que moldaram a identidade afro-brasileira.

SERVIÇO

Apresentação “Cantos e Contos de Vissungos” do Grupo AfrotelúricosData: Sábado (27)Horário: 11hLocal: Sala Pascoal Carlos Magno, no Campo de São Bento.Endereço: Avenida Roberto Silveira, sem número, Campo de São Bento, em frente à Igreja Nossa Senhora da PorciúnculaClassificação livreEntrada franca

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