O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça junto à 29ª Vara Criminal da Capital, determinou, na última quinta-feira (6), o arquivamento da investigação contra o estudante de Jornalismo Igor Melo e o mototaxista Thiago Gonçalves, inicialmente indiciados pelo roubo de um celular.
A medida foi fundamentada, segundo o MP, na ausência de justa causa para a continuidade da ação penal, após a análise das provas apresentadas. O caso ocorreu na madrugada do dia 24 de fevereiro, na Rua Irani, naPenha, Zona Norte do Rio. Segundo relato da vítima, Josilene da Silva Souza, dois homens armados, a bordo de uma motocicleta, roubaram seu telefone celular.
Posteriormente, acompanhada de seu companheiro, o policial militar reformado Carlos Alberto de Jesus, saiu à procura dos suspeitos. Durante a perseguição, Carlos Alberto efetuou disparos contra dois homens, identificados como Igor e Thiago. Na ação, Igor foi baleado e ambos foram presos em flagrante.
Entretanto, a análise das provas demonstrou que os indiciados não estavam no local do crime no momento do ocorrido. Thiago, que atua como mototaxista, havia aceitado uma corrida pelo aplicativo no exato horário do roubo, transportando Igor, que acabara de sair do trabalho.
Imagens confirmam defesa
Registros eletrônicos do aplicativo, imagens de câmeras de segurança e mensagens de celular confirmaram a versão apresentada pelas defesas.
“Em nenhuma hipótese haveria condição de Igor e Thiago estarem no local do roubo entre 01h15 e 01h20 da manhã, uma vez que estavam comprovadamente trabalhando nesse horário”, destaca trecho do pedido.
Na audiência de custódia realizada no dia 25 de fevereiro, a prisão em flagrante de Igor e Thiago foi relaxada, diante da fragilidade das provas que os vinculavam ao crime.
A Promotoria ressaltou ainda que nenhum dos objetos roubados foi encontrado com os indiciados e que a identificação feita pela vítima foi equivocada, baseada exclusivamente nas vestimentas dos suspeitos.
Com a promoção de arquivamento, a Promotoria também solicitou a devolução da motocicleta apreendida, essencial para o trabalho de Thiago, além da retirada do indiciamento dos envolvidos.
O MP disse também que seguirá acompanhando as investigações sobre a conduta do policial militar reformado Carlos Alberto de Jesus, que confessou ter atirado em Igor.