Câmeras de segurança flagraram o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond antes de ser morto
Reprodução/RJ2
Policiais civis da 25ª DP (Engenho Novo) prenderam, nesta quarta-feira (29), uma mulher envolvida em um homicídio praticado em um condomínio no bairro do Engenho Novo, Zona Norte do Rio. Segundo apurado, ela teria ajudado a executora, namorada da vítima, a se desfazer dos bens do morto.
O corpo do empresário Luiz Marcelo Antonio Ormond foi encontrado no dia 20 de maio, em seu apartamento. Ele não era visto, contudo, desde o dia 17. O cadáver já estava em estágio avançado de decomposição, mas uma marca que indicava um possível golpe na cabeça fez os agentes investigarem como morte suspeita.
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Câmeras de segurança no elevador
Imagens de segurança do elevador de um prédio flagraram Luiz Marcelo Antonio Ormond e a namorada Júlia Pimenta, do dia 17 de maio. Esse seria o último registro do empresário vivo.
Nas imagens, Luiz Ormond e Júlia aparecem juntos carregando um prato e com uma long neck de cerveja e uma das mãos. Aparentemente, eles estão felizes e até se beijam em um certo momento.
Minutos depois, eles retornam ao elevador. Luiz parece estar não se sentindo bem, um pouco tonto e tossindo algumas vezes. Em um dos momentos, ele fecha os olhos, encosta com a cabeça no espelho e depois saem do elevador.
Investigação
No decorrer do inquérito, os agentes apuraram que a namorada de Luiz Marcelo esteve no apartamento enquanto ele já estava morto. Com a ajuda de sua comparsa, que trabalharia como cigana, ela se desfez dos bens do namorado, inclusive de seu carro.
O veículo foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por uma quantia de R$ 75 mil. Abordado pelos policiais, o homem que estava na posse do carro chegou a apresentar um documento escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pela vítima, transferindo o bem.
Com o mesmo homem, foram encontrados o telefone celular e o computador de Luiz Marcelo. Ele foi preso em flagrante por receptação.
Os agentes, então, chegaram à cigana, que disse que a autora tinha uma dívida com ela de cerca de R$ 600 mil. A namorada seria garota de programa e manteria um relacionamento com outro homem, além da vítima. Na data do crime, ela teria oferecido a Luiz Marcelo um brigadeirão envenenado.
Ainda segundo a mulher, a autora permaneceu no apartamento – informação confirmada pelas imagens de câmeras de segurança analisadas – e mandava mensagens se queixando do cheiro que o corpo em decomposição exalava. Em determinado momento, chegou a dizer que havia um urubu na janela. A namorada também teria enviado mensagens pelo celular do morto, se passando por ele.
Em depoimento, a presa confessou ter ajudado a dar fim aos pertences da vítima e revelou que boa parte de seus ganhos vinham dos pagamentos da dívida citada. Contra ela, foi cumprido um mandado de prisão temporária por homicídio qualificado.
Ao longo da investigação, em que diversas testemunhas prestaram depoimento, a namorada chegou a ser ouvida na delegacia, onde demonstrou muita frieza e afirmou que não tinha conhecimento até então da morte de Luiz Marcelo.
Segundo ela, a vítima teria aberto uma conta conjunta nos nomes dos dois. Imagens mostraram a mulher indo ao condomínio para buscar o cartão desta conta, entregue por correspondência, enquanto o homem já estava morto.
A namorada é considerada foragida da Justiça. Agentes da 25ª DP realizam diligências a fim de localizá-la e capturá-la. Contra ela, também há mandado pendente por homicídio qualificado.