Maurício Demétrio não é mais delegado de Polícia Civil e está fora dos quadros da Instituição. Ele foi demitido pelo governador Cláudio Castro, conforme decreto publicado nesta segunda-feira (16) no Diário Oficial do Estado. A assinatura, no entanto, foi feita há três dias.
Demétrio está preso desde 2021, acusado de corrupção e de integrar uma organização criminosa na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial.
Ele cumpre pena na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
Em janeiro deste ano, Demétrio foi condenado por obstrução de justiça. Ele também responde por abuso de autoridade, denunciação caluniosa, fraude processual e discriminação e injúria racial. Na mesma decisão, ele foi condenado a quase 10 anos de prisão.
Prisão e investigações
Demétrio foi preso durante a Operação Carta de Corso. As investigações apontam que ele liderava um esquema de extorsão que visava comerciantes e empresários da Rua Teresa, em Petrópolis, obrigando-os a pagar para permitir a venda de roupas falsificadas.
De acordo com o Ministério Público, as extorsões ocorreram enquanto Demétrio era titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial. As investigações começaram em 2019, após o depoimento de uma lojista de Petrópolis que se recusou a pagar uma propina semanal de R$ 250.
Dias depois de recusar o pagamento, sua loja foi alvo de uma operação conduzida pela delegacia sob seu comando, com mais de 100 peças de roupas apreendidas.
Além das acusações de extorsão, os promotores também afirmam que Demétrio cobrou propina para dificultar investigações policiais, criou dossiês com informações sigilosas e tentou montar operações falsas.