SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Exército de Israel bombardeou posições do Hezbollah no sul do Líbano, neste sábado (22), após ordem do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu para atacar “dezenas de alvos terroristas” no país vizinho.
A medida foi uma resposta aos disparos de três foguetes contra o Estado judeu e o primeiro ataque de Tel Aviv no país vizinho ao norte desde que rompeu o cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza, na última segunda-feira (17). Israel e Hezbollah também vivem hoje uma frágil trégua.
O grupo xiita libanês negou responsabilidade pelo lançamento dos foguetes deste sábado, afirmando que “não tinha ligação” a ofensiva e que continuava comprometido com o cessar-fogo. Nenhum outro grupo reivindicou a autoria do ataque.
Os bombardeios mataram uma mulher e uma menina na cidade de Tulin e deixaram oito feridos, segundo a agência de notícias libanesa oública NNA, e ocorrem depois que o Exército israelense interceptou os foguetes lançados do Líbano.
Em um comunicado, Netanyahu afirmou que ele e o ministro da Defesa, Israel Katz, instruíram os militares israelenses a agir com firmeza “contra dezenas de alvos terroristas no Líbano”.
O chefe do Estado-Maior israelense, general Eyal Zamir, havia advertido que o Exército responderia “severamente aos ataques desta manhã”. Katz disse que não poderia “permitir que sejam disparados foguetes do Líbano em direção às comunidades da Galileia”, região norte de Israel.
A Força das Nações Unidas no Líbano (Unifil), presente no sul do país, expressou preocupação com a “possível escalada” da violência.
A força da ONU incentivou “todas as partes a evitarem comprometer os progressos realizados, especialmente quando estão em jogo vidas civis e a frágil estabilidade”, disse em comunicado. “Qualquer nova escalada poderia ter consequências graves para a região.”
Os ataques fragilizam o acordo de trégua selado em 27 de novembro entre Israel e o Hezbollah, que pôs fim a dois meses de guerra aberta.
O conflito eclodiu após meses de trocas de tiros na zona fronteiriça, onde o Hezbollah abriu uma frente em solidariedade ao Hamas no início da guerra em Gaza em outubro de 2023. Desde então, Tel Aviv realizou campanha de bombardeios também em outras áreas do Líbano, incluindo Beirute, e dizimou a cúpula do grupo xiita apoiado pelo Irã -incluindo seu líder desde a década de 1990, Hassan Nasrallah.
A trégua conseguiu se manter desde novembro de modo geral, apesar das acusações mútuas de violações repetidas e em menor escala.
Em Gaza, após quase dois meses de relativa calma, os habitantes voltaram a fugir da região para sobreviver depois que Israel efetivamente abandonou o cessar-fogo nesta semana, quando lançou nova campanha de bombardeios aéreos e terrestres contra o Hamas.
O primeiro dia dos ataques aéreos retomados na terça-feira (18) matou mais de 400 palestinos, um dos dias mais mortais da guerra de 17 meses, com pouca trégua desde então. A Defesa Civil de Gaza, controlada pelo Hamas, anunciou um total de 520 mortes desde que Israel retomou os bombardeios -mais de 190 seriam crianças.
Na sexta-feira (21), Katz ameaçou anexar partes da Faixa de Gaza caso o Hamas não libere os reféns. Ele ordenou ao Exército que tomasse o controle de áreas da região, afirmando que a recusa do grupo resultaria em perda de território. Katz também mencionou a possibilidade de uma “ocupação permanente” e destacou o aumento dos ataques aéreos, terrestres e marítimos para pressionar o Hamas e deslocar civis para o sul.
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