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Jovem sofre assédio sexual em ônibus de Niterói: ‘Muito abalada’


O caso foi registrado na 77ª DP (Icaraí)


|  Foto:
Arquivo / Enfoco

Uma jovem de 19 anos denuncia ter sido vítima de importunação sexual dentro de um ônibus no Fonseca, na Zona Norte de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. O crime aconteceu na linha 49.2 (Fonseca x Icaraí), da empresa Ingá, na manhã desta quarta-feira (3).

Segundo a vítima, o transporte estava lotado e ela estava sentada no banco próximo ao motorista. Enquanto passava pela Rua São José, no ponto final da linha, por volta das 6h, um homem que estava em pé se aproximou e começou a se esfregar nela com o pênis ereto.

Neste momento, a jovem jogou sua mochila no chão e começou a gritar, denunciando o assédio, mas o homem a desmentiu, diz a queixa. Ela narra ao ENFOCO que, embora o ônibus estivesse cheio, nem os outros passageiros nem o motorista a ajudaram.

Comecei a ficar constrangida e envergonhada



Vítima,

anônima

Sem assistência

“Todos no ônibus olharam para mim. Eu esperava que alguém fosse me ajudar. Olhei para todos os lados e vi que o motorista também estava me observando, mas ninguém disse nada… Comecei a ficar constrangida e envergonhada, pois o homem estava me chamando de maluca e não havia ninguém para me apoiar e contradizê-lo. Então, decidi me sentar novamente e entrei em crise”, afirmou.

A jovem relata que, assim que o homem desceu do transporte, outros passageiros se aproximaram para dizer que também viram o que aconteceu. Foi então que ela decidiu pedir orientação ao motorista sobre o que fazer para denunciar a situação.

Não me forneceu o número do ônibus nem prestou qualquer assistência



Vítima,

anônima

“Estava muito abalada e sem saber o que fazer. Próximo do meu ponto, fui até o motorista pedir ajuda. Perguntei se havia um número do ônibus para que eu pudesse obter imagens da câmera. Ele disse que precisava ir até a garagem, mas não me forneceu o número do ônibus, nem prestou qualquer assistência”, compartilhou a jovem.

Denúncia

A linha circular 49.2 realiza o trajeto do Fonseca até Icaraí, na Zona Sul da cidade. No mesmo dia, a vítima se dirigiu à garagem com o seu responsável para falar com o despachante da Ingá, mas, quando chegou lá, foi surpreendida pela resposta.

Ele [o motorista] afirmou que perguntou se eu queria ajuda, e que eu neguei



Vítima,

anônima

“O despachante disse que eles já haviam sido informados do caso e que o motorista fez um documento dizendo que parou em um ponto onde havia dois policiais. Ele afirmou que perguntou se eu queria ajuda, mas eu neguei. Isso nunca aconteceu. Após isso, fui até a delegacia e fiz a denúncia”, disse ela.

A jovem, que pega esse ônibus todos os dias para o seu pré-vestibular, conta como se sentiu após não receber o apoio necessário depois do ocorrido.

Estou sentindo dor de cabeça desde ontem



Vítima,

anônima

“Era obrigação do motorista parar o ônibus naquela hora e fazer algo para resolver a situação, mas não foi isso que aconteceu. Por estar desesperada e não ter recebido o auxílio devido, o assediador saiu do ônibus impune. Estou sentindo dor de cabeça desde ontem, demorei muito para conseguir dormir”, desabafou.

O que diz a polícia

Procurada, a Polícia Civil informou, em nota, que “a investigação está em andamento na 77ª DP (Icaraí). Os agentes realizam diligências para esclarecer os fatos”. O acusado ainda não foi identificado.

O ENFOCO entrou em contato com a empresa responsável pela linha, mas, até o momento, a Ingá ainda não se pronunciou sobre o ocorrido. A identidade do motorista também não foi informada.

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