
Pessoas acolhidas nos abrigos municipais de Maricá estão escrevendo um novo capítulo em suas vidas: o retorno à sala de aula. Incentivados por equipes da Secretaria de Assistência Social e Cidadania, os participantes veem na educação uma oportunidade de recomeçar, conquistar autonomia e abrir portas para o mercado de trabalho.
A iniciativa nasceu a partir de uma escuta qualificada realizada por profissionais do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (CentroPop), da Casa Abrigo – Itaipuaçu e da Casa Abrigo – Mumbuca. O desejo de estudar foi acolhido e transformado em ação, por meio de parcerias com a Secretaria de Educação e com programas como o Qualifica Maricá, do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM).
Histórias que inspiram
Um dos exemplos é o de Igor Santos Chagas, de 46 anos, acolhido na Casa Abrigo – Itaipuaçu desde agosto. Ele voltou aos estudos a partir do 6º ano do ensino fundamental, depois de mais de três décadas afastado. Igor conta que, aos 14 anos, foi impedido de estudar após a mãe descobrir que ele fazia uso de drogas. “Apesar de ter sido ruim para a minha vida, não culpo minha mãe. Ela fez o que achou certo, criando cinco filhos sozinha. Agora quero seguir em frente e concluir meus estudos”, relatou.
Outro caso é o de Aedson Sena Farias, de 48 anos, acolhido em fevereiro deste ano. Apenas dois meses depois, ele já estava matriculado na Escola Municipal João Monteiro, em Itaipuaçu, onde cursa o 7º ano do ensino fundamental à noite, enquanto trabalha como mecânico durante o dia. “Aedson sempre demonstrou um desejo muito forte de voltar para a sala de aula, mesmo com vergonha de não ter concluído antes”, contou Monique Freitas, coordenadora da casa.
Na Casa Abrigo – Mumbuca, três acolhidos também retomaram os estudos:
- Jorge Luis de Almeida Ivoda, 58 anos, matriculado na Educação de Jovens e Adultos (EJA), no 6º ano;
- Raphael Souza dos Santos, 48, se preparando para o Exame Certificador de Educação de Jovens e Adultos (ECEJA);
- Romildo de Oliveira Justino, 55, inscrito no curso de Assistente Administrativo do programa Qualifica.
No CentroPop, quatro acolhidos — Wilham Daniel (46), Alex Júnior (34), Cleyton Soares (38) e Aldomiro Teodoro (40) — também voltaram à escola, em diferentes etapas da Educação Básica, reforçando que o conhecimento é um dos caminhos mais poderosos para a transformação social.
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