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Pesquisa: o que mudou após fim da proibição de doação de sangue por gays?

As normativas brasileiras em vigor até abril de 2020 em relação à doação de sangue por homens que têm sexo com homens (HSH) estavam vigentes desde 2004 e consideravam que os HSH fossem classificados como inaptos para a doação temporariamente por um período de 12 meses após a última relação sexual considerada de risco.

Essa restrição foi derrubada em maio de 2020, motivada por fortes pressões devido à queda no número de doações pela pandemia de COVID-19, e pela evolução dos estudos envolvendo novas terapias de controle da epidemia por meio de transfusão de plasma sanguíneo.

Em Portugal, a partir de 2021 a orientação sexual também deixou ser um critério de exclusão para a doação segundo as novas regras da Direção Geral de Saúde Portuguesa, depois de ter sido criado um grupo de trabalho para rever a norma sobre doação de sangue e critérios de inclusão e exclusão de dadores por comportamento sexual. 

Após a flexibilização das normativas, nenhum estudo até o momento se propôs a avaliar a prática da doação por HSH nem no Brasil, nem em Portugal.

Nesse cenário, uma investigação planejada em parceria entre docentes e investigadores da Universidade de São Paulo e a da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) se propõe a preencher esta lacuna. O objetivo do estudo é investigar a prática da doação de sangue e a percepção de acessibilidade da população de HSH à doação em ambos os países, considerando-se aspectos geográficos, econômicos, culturais e funcionais. Além disso, pretende-se fazer uma comparação de informações documentadas nos dois países por meio de um estudo transnacional. O estudo já teve sua recolha de dados na população do Brasil em 2023 e em maio de 2024 dá início à investigação na população residente em Portugal. 

Pessoas da comunidade HSH interessadas em contribuir para a pesquisa serão convidadas a preencher um questionário on-line e podem expressar livremente suas percepções sobre o tema. Veja o link para o questionário (clique aqui), ou pode solicitar aos pesquisadores pelo e-mail hshusp@gmail.com.

A pesquisa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, é parte do projeto de pós-doutoramento da investigadora Miriane Zucoloto, e inclui a participação dos professores Inês Fronteira da Escola Nacional de Saúde Pública da NOVA e Edson Zangiacomi Martinez da Universidade de São Paulo e de outros investigadores de ambas as universidades.

Mais informações: hshusp@gmail.com ou no Instagram (@gpcds_usp).

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