Atualmente, há apenas 16 lojas em funcionamento na Região Metropolitana do Rio
Funcionários e ex-funcionários das lojas Leader Magazine da cidade do Rio denunciam que a rede está descumprindo acordos e compromissos trabalhistas, como pagamentos, salários e benefícios desde fevereiro deste ano.
Segundo o Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, 212 funcionários aguardam o recebimento de suas verbas rescisórias, só na cidade. Na proposta, aprovada pelos trabalhadores, o parcelamento deverá ser feito em até seis vezes iguais, observada a parcela mínima equivalente ao último salário do trabalhador. Os pagamentos deveriam começar esse mês de abril. Entretanto a empresa ainda não honrou com o acordo, de acordo com a entidade.
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“O Sindicato vai aguardar o fim do prazo. Se realmente ocorrer o descumprimento do acordado entre o sindicato e a empresa para pagamento das verbas rescisórias, vamos ajuizar ação coletiva contra a Leader Magazine”, explicou Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio.
No ano passado, cerca de 30 lojas fecharam as portas de um total de 100 filiais espalhadas pelo estado do Rio, incluindo a primeira unidade, em Miracema, no Noroeste Fluminense. Atualmente, há apenas 16 lojas em funcionamento na Região Metropolitana do Rio.
“Orientamos também aos comerciários da empresa, que estão trabalhando nas lojas, a procurar o Sindicato após 30 dias, sem o recebimento do salário, para entrarmos com a rescisão indireta, direito legal do trabalhador”, completou Márcio Ayer.
Niterói e SG na mesma situação
De acordo com Rita da Silva Rodrigues de Almeida, presidente do Sindicato dos Empregados no Comerciários de Niterói e São Gonçalo, a situação é parecida com a cidade do Rio.
Segundo Rita, funcionários da rede exigem seus direitos trabalhistas, como salários atrasados, benefícios, verbas rescisórias, entre outros.
“Nós já entramos com um pedido na Justiça, tentamos acionar o Minstério Público do Trabalho, mas não temos resposta de ninguém. Tanto deles como da Leader. É um absurdo isso que estão fazendo. Os funcionários e ex-funcionários merecem respeito, merecem receber todos os direitos”, afirmou Rita.
Processo de recuperação judicial
No ano de 2016, a rede Leader entrou com pedido de recuperação judicial pela primeira vez para tentar se reestruturar, já que enfrentava uma dívida milionária. Cerca de três anos depois, em 2019, a varejista foi comprada pelo Grupo Legion Holdings.
No entanto, a pandemia da covid-19 impactou novamente o caixa da empresa. Em setembro de 2020, a Leader entrou na Justiça pela segunda vez pedindo recuperação judicial. Em março de 2021, anunciou o fechamento de 20 lojas e a demissão de cerca de 400 funcionários como parte de um plano de reestruturação para se manter ativa.
A rede chegou a ter mais de 150 lojas espalhadas por todo o Brasil e empregava cerca de 7 mil pessoas.