A cantora Shakira e o DJ Bizarrap foram acusados de plágio por quatro compositores brasileiros pela música ‘Bzrp Music Sessions vol. 53‘, lançada pela colombiana e o argentino em 2023. Os artistas afirmam que a faixa apresenta semelhanças com a música ‘Tu Tu Tu‘, composição deles de 2020, gravada por Mariana Fagundes e Léo Santana e regravada pela dupla May e Karen, com refrão, ritmo e temática similares.
Os compositores Ruan Prado, Luana Matos, Patrick Graue e Calixto Afiune enviaram, em dezembro do ano passado, uma notificação extrajudicial a Shakira, Bizarrap, outros artistas e às gravadoras Sony Music Brasil, Sony Music Group e Dale Play Records.
Segundo o advogado Fredimio Biasotto Trotta, responsável pelo caso, o uso da palavra ‘tu’ e o tema central das músicas, que tratam de traição e empoderamento feminino, configuram elementos plagiados. Ele também apresentou um laudo técnico e uma sobreposição das duas músicas como evidências.
No meio artístico, essa situação não é inédita. Ela se soma a outros casos de artistas internacionais acusados de plágio de músicas brasileiras, como o processo de Toninho Geraes contra Adele, que ganhou destaque no ano passado.
Semelhança na música
Além das semelhanças nas letras, os compositores brasileiros apresentaram comparações entre as partituras e solicitam o reconhecimento da autoria
Na música brasileira, o trecho “Agora fala com tu tu tu tu / Foi me trair tomou no tu tu tu” usa o termo ‘tu” em um contexto de trocadilho relacionado à traição. Já na canção de Shakira, em espanhol, o refrão diz: “Pa” tipos como tú, uh, uh, uh, uh” (“Para tipos como tu”). A faixa integra o álbum ‘Las Mujeres Ya No Lloran’ e é conhecida por suas indiretas ao ex-marido da cantora, Gerard Piqué.
Além das semelhanças nas letras, os compositores brasileiros apresentaram comparações entre as partituras e solicitam o reconhecimento da autoria, além de compensação material e moral.
Negociações
De acordo com Trotta, a Sony Music demonstrou interesse em negociar um acordo e garantiu uma resposta até última quarta-feira (15), mas não cumpriu o prazo. Agora, os compositores estão considerando entrar com uma ação judicial para reivindicar seus direitos. A Veirano Advogados, que defende os acusados, ainda não apresentou uma contraproposta e afirmou que não comentará sobre o caso.