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Trump diz ter escrito ao regime do Irã para negociar sobre programa nuclear

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (7) que escreveu ao regime do Irã para pressioná-lo a iniciar negociações sobre seu programa nuclear ou enfrentar uma possível ação militar.

 

“Escrevi uma carta para eles, dizendo que espero que negociem porque, se tivermos que fazer isso militarmente, será uma coisa terrível para eles”, disse o republicano à Fox Business. “Não podemos permitir que eles tenham uma arma nuclear.”

Em uma resposta não oficial, uma agência de notícias ligada ao principal órgão de segurança do governo iraniano afirmou que não há nada de novo nas declarações do presidente americano. “O padrão de Trump na política externa: slogans, ameaças, ações temporárias e recuo!”, disse o Nour News no X.

“Sobre o Irã: primeiro ele disse que não queria confronto, depois assinou uma política de pressão máxima, depois impôs novas sanções e agora fala em enviar uma carta à liderança com um convite para negociações! [Este é um] show repetitivo da América”, acrescentou

Há um mês, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que experiências anteriores já haviam provado que negociações com os EUA não são “inteligentes, sábias ou honrosas”. Segundo ele, “você não deve negociar com um governo desses, é imprudente, não é inteligente, não é honroso negociar”. As afirmações também fizeram referência ao acordo nuclear de 2015 que, segundo Khamenei, os EUA “arruinaram, violaram e rasgaram”.

As declarações ocorreram dias após Trump dizer que gostaria de começar a trabalhar em um acordo de paz com Teerã depois de restaurar sua campanha de máxima pressão sobre o país.

“Relatos de que os EUA, em conjunto com Israel, pretendem fazer o Irã em pedacinhos são muito exagerados. Eu prefiro muito mais um acordo de paz nuclear verificado. Devemos começar a trabalhar nisso imediatamente”, afirmou o republicano à época.

Segundo Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), o Irã está cruzando as linhas vermelhas estabelecidas por seus adversários rumo à fabricação de uma bomba atômica.

Grossi é responsável por mediar as negociações que visam a evitar que o regime dos aiatolás adquira armas nucleares e afirmou, em entrevista à Folha no ano passado, que “não é porque você não olha para o problema que ele desaparece”. “A questão segue, e o Irã tem enriquecido urânio em níveis altos”.

“A situação com o Irã é muito frustrante. Há uma redução da visibilidade [do problema] que começou em 2021. Eu tomei medidas para mitigá-la, mas foram apenas parcialmente bem-sucedidas”, disse ele à época. “O nível de cooperação hoje é mínimo.”

Há dois anos e meio, o acesso de inspetores da AIEA dentro do escopo do acordo nuclear de 2015 está virtualmente cortado, com exceções pontuais. Aquele arranjo havia sido capitaneado pelos EUA sob o governo democrata de Barack Obama, mas foi rompido por Trump em 2018.

Em resumo, o acordo previa o relaxamento de sanções econômicas contra Teerã em troca do compromisso, monitorado pela AIEA, de que o programa nuclear do país teria apenas fins pacíficos. Trump via um embuste nos termos.
A volta dos democratas ao poder com Joe Biden em 2021 foi acompanhada pela promessa da retomada de negociações, que não se concretizou.

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