Cerca de 50 pessoas compareceram, na manhã deste domingo (8), na Praça dos Colibris, em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, para manifestar pela morte do Panda, cachorro assassinado com dois tiros no dia 25 de novembro, em plena luz do dia.
A manifestação foi nomeada como “SOS Panda”, um cachorro da raça American Staffordshire Terrier. Ele foi baleado na cabeça por uma policial militar. Durante o protesto, tutores levaram seus animais, além de camisas e faixas pedindo justiça. Além disso, foi fincada uma cruz escrito “Morto a tiros nessa pracinha. Justiça pelo Panda”.
Paulo Nunes, um dos organizadores da manifestação, descreveu o crime como bárbaro e lamentável. “Estamos aqui para pedir justiça. O Panda era um cachorro dócil e não merecia ser morto. Esse crime aconteceu em praça pública, sem o Panda fazer nada. A mulher simplesmente matou ele sem motivo. Realmente lamentável”, disse.
Imagens de câmera de monitoramento de uma casa mostram quando a policial militar passa na rua acompanhada da cadela de estimação, mas não o momento exato do possível ataque do pitbull. É possível ouvir, na sequência, barulho de dois disparos.
“Era um cão dócil, brincava com meus filhos, inclusive minha filha de um ano e meio. Ele nunca foi agressivo e nem latia para ninguém”, disse um dos tutores do animal.
Investigação
O caso estava sendo investigado pela 81ª DP (Itaipu), que concluiu o inquérito nesta quinta-feira (5). A policial militar que efetuou os disparos, foi indiciada por maus-tratos contra cães e gatos; enquanto o tutor de Panda, também policial militar, responderá por omissão de cautela na guarda do animal. O cachorro, inicialmente, foi tratado como sendo pitbull – como constam registros de ocorrências.
A acusada, no entanto, afirmou em depoimento que Panda estava solto, em estado de excitação e agressivo, e que atirou para proteger ela e sua cadela labradora. Entretanto, imagens registradas por testemunhas e depoimentos contradizem essa versão.
No entanto, segundo o delegado titular da 81ª DP (Itaipu), Deoclécio Assis, as evidências coletadas durante a investigação não sustentam a alegação de ataque do cachorro feita pela policial.
“As outras testemunhas que tiveram contato com o cachorro, a menina de um hotel para cachorro, [todos] disseram que ele era dócil. O cachorro já foi exposto em feira de adoção, as pessoas estranhas vindo, botando a mão. Nessa outra imagem na feira de adoção, ele está cercado junto com outro cachorro. O cachorro era dócil. Todas as pessoas que conviviam com o cachorro, o relato era que o cachorro era doce”, enfatizou o delegado Deoclécio.