Toda sexta-feira 13, lá vem novamente o pobre gato preto, carregando o peso de crenças que já deveriam ter sido abandonadas. Mesmo nos dias de hoje, ainda há quem acredite que cruzar com um gato preto é sinônimo de má sorte. Se ainda buscamos explicações medievais para justificar nossos infortúnios, talvez seja hora de repensar nossas próprias crenças.
A associação dos gatos pretos ao azar vem de séculos atrás, na Europa medieval, quando esses felinos foram injustamente ligados à bruxaria. Naquela época, acreditava-se em ideias que hoje sabemos serem absurdas, como a Terra sendo plana ou raios sendo castigos divinos. No entanto, já avançamos muito desde então – pelo menos, deveríamos ter deixado esses mitos para trás.
É intrigante que, no século 21, com todo o conhecimento e tecnologia que temos à disposição, essas superstições ainda perdurem. Em um mundo onde já falamos de inteligência artificial, carros autônomos e conquistas científicas diárias, continuamos culpando um animal inocente por eventos aleatórios do cotidiano. Se um gato preto cruzar seu caminho, pode estar simplesmente à procura de um abrigo aconchegante ou seguindo seu instinto de caça.
Má sorte ou insegurança?
Culpabilizar um gato preto por má sorte é, na verdade, um reflexo das nossas próprias inseguranças. Afinal, atribuir nossos problemas a um ser indefeso por causa de sua cor é uma maneira curiosa – e equivocada – de evitar enfrentar a realidade e assumir responsabilidade pelas nossas escolhas.
Está mais do que na hora de deixar para trás essas crendices e apreciar os gatos pretos pelo que eles realmente são: animais belos, cheios de mistério, que em nada influenciam a sorte, boa ou ruim, dos nossos dias.
Que tal deixar o preconceito de lado e celebrar a diversidade desses fascinantes felinos?”
Diogo Alves,
presidente do CRMV-RJ