SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os efeitos do fenômeno climático El Niño devem afetar os regimes de chuva em regiões do país ao menos até janeiro, segundo previsão divulgada nesta sexta (27) pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
A precipitação deve continuar intensa na porção Sul do país e reduzida no Norte, que já enfrenta uma estiagem com mínimas históricas nos níveis de rios como o Negro e o Solimões.
O Sul, por outro lado, continua a enfrentar temporais, previstos para este fim de semana que começa instável no norte e no noroeste gaúchos e no oeste de Santa Catarina, com previsão de granizo e rajadas de vento que podem superar 90 km/h. Ao longo da semana, o volume acumulado de chuva deve superar 300 milímetros.
A recuperação da seca no Norte do país deve começar pelo sudoeste da amazônia, mas será lenta, segundo informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), ambos do governo federal, e da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, do governo do Ceará.
As chuvas devem voltar à região em novembro, mas ainda abaixo da média, segundo o Inpe. O El Niño, que ganha força até dezembro, deve intensificar esse déficit de chuva.
O El Niño é caracterizado por um aquecimento acima da média no oceano Pacífico, perto da linha do Equador. Ele muda a circulação dos ventos alísios, que vão de leste a oeste, levando umidade e águas mais quentes da costa das Américas para Ásia e Oceania.
Os ventos do oceano que seguem na direção leste-oeste sobre a cordilheira dos Andes formam uma espécie de barreira sobre o território brasileiro, fazendo com que as frentes frias trafeguem com mais lentidão sobre a região Sul, onde se concentra a precipitação.
O fenômeno afeta regiões como a de Rondônia com previsão de chuva abaixo da média. Segundo o Inpe, é no estado está a bacia do rio Madeira, que contribui com o volume de água do rio Amazonas, um dos afetados pela estiagem severa.