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João Pedro: quatro anos após o crime, policiais seguem em liberdade


Atualmente, o processo encontra-se em fase de alegações finais


|  Foto:
Karina Cruz

Quatro anos após a morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto, que foi assassinado aos 14 anos durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, os três policiais civis acusados pelo crime seguem em liberdade. O caso, que aconteceu em 18 de maio de 2020, ainda aguarda um julgamento final.

Atualmente, segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o processo encontra-se em fase de alegações finais, sem uma data definida para o júri popular. A família de João Pedro esperava que, ao completar quatro anos da tragédia, os réus fossem levados a julgamento. No entanto, a expectativa foi frustrada.

Leia +: ‘Dor não acaba’, diz mãe de João Pedro quatro anos após o crime

Leia +: João Pedro: policiais envolvidos voltarão a atuar em operações

Nossa esperança é que a justiça finalmente seja feita.



Rafaela Santos,

mãe.

“Agora só falta a decisão final. Nossa esperança é que a justiça finalmente seja feita, para dar fim aos nossos quatro anos de sofrimento. A vida desses policiais não pode seguir normalmente após um crime como esse”, compartilhou a mãe, Rafaela Santos, em entrevista ao ENFOCO.

Busca por justiça

Assim, à procura de justiça, a família, juntamente com outras vítimas de violência policial, participou de uma audiência pública, na manhã de sexta-feira (17), na Comissão de Combate às Discriminações da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj).

O objetivo foi pressionar para que os acusados sejam julgados no júri popular, conforme solicitou o Ministério Público do Rio (MPRJ) em janeiro deste ano.


O MPRJ denunciou três policiais por homicídio e fraude processual


|  Foto:
Lucas Alvarenga

Outras audiências

O MPRJ denunciou três policiais por homicídio e fraude processual. As sete audiências que ocorreram nestes anos tiveram depoimentos de testemunhas de acusação, policiais federais e delegados da Polícia Civil responsáveis pela investigação do crime.

Em setembro de 2023, durante uma audiência no Fórum Patrícia Acioli, em São Gonçalo, a Justiça revogou as medidas cautelares impostas aos agentes envolvidos na morte de João Pedro.

Com a decisão, Mauro José Gonçalves, Maxwell Pereira e Fernando de Brito Meister, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, retornaram às operações policiais, mesmo diante das acusações de homicídio e fraude processual. Eles aguardam o julgamento final.

O caso


Os relatos da família descrevem um cenário de terror


|  Foto:
Reprodução

Em 18 de maio de 2020, durante uma operação no Complexo do Salgueiro, o adolescente foi baleado dentro de sua própria casa. Os relatos da família descrevem um cenário de terror, com policiais atirando sem consideração pela presença de crianças na residência.

Nas palavras de sua mãe, Rafaela Santos, João Pedro era um adolescente cheio de vida, alegria e planos para o futuro. Estudioso e divertido, o jovem, que completaria 19 anos em junho deste ano, deixou lembranças preciosas para sua família.

Nossa esperança é que a justiça finalmente seja feita.



Rafaela Santos,

mãe.

“Ele era estudioso, alegre e gostava de estar perto das pessoas. Trazia beleza para os lugares. São muitas lembranças dos momentos que compartilhamos, mas fico triste ao pensar em tudo que eu poderia ter vivido ao lado do meu filho”,  conclui Rafaela.

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