O deputado estadual Thiago Rangel (PMB), presidente da Comissão de Minas e Energia, é alvo de uma operação nesta segunda-feira (14) contra fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público do Rio e a Polícia Federal cumprem 14 mandados de busca e apreensão em residências, estabelecimentos comerciais e em quatro prédios públicos no município de Campos dos Goytacazes, na Região dos Lagos, e na capital do Rio.
As investigações, com a colaboração da Receita Federal, revelaram um esquema ilícito de contratações diretas, utilizando a dispensa fraudulenta de licitação de empresas vinculadas ao parlamentar.
Denominada “Postos de Midas”, a operação faz referência ao Rei Midas da Frígias, que, segundo a mitologia, tinha o poder de transformar em ouro tudo que tocava.
Operação
As ações ocorrem no município de Campos dos Goytacazes, na Região dos Lagos, e na capital do Rio
Na operação realizada nesta segunda-feira (14), mais de 60 policiais federais, agentes da Receita Federal e representantes do Ministério Público estão cumprindo 14 mandados de busca e apreensão em residências, estabelecimentos comerciais e em quatro prédios públicos.
Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nos municípios de Campos, Cabo Frio, Itaguaí e Rio de Janeiro. As diligências também ocorrem na Diretoria de Aquisições da Câmara de Vereadores de Campos, na Prefeitura de Campos, na Empresa Municipal de Habitação (EMHAB) e na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). As medidas foram autorizadas pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
O inquérito policial, conduzido pela Delegacia Regional de Polícia Judiciária e pela Delegacia da Polícia Federal em Campos dos Goytacazes, teve início após o compartilhamento de evidências provenientes da prisão em flagrante de um dos integrantes da organização criminosa em investigação. Este indivíduo, considerado o braço direito do suposto chefe da organização, foi detido no dia 30 de setembro de 2022, sob a acusação de corrupção eleitoral.
Investigação
As investigações indicam que a ação resulta em sobrepreço e desvio de recursos públicos, com lavagem de dinheiro realizada por meio de uma rede de postos de combustíveis.
O nome da operação alude ao crescimento abrupto do patrimônio do investigado. Segundo a polícia, quando se candidatou a vereador em Campos dos Goytacazes, ele declarou possuir R$ 224 mil, que incluíam dois veículos, uma participação de R$ 60 mil em um posto de gasolina e um jet ski.
Em 2022, ao disputar uma vaga para deputado estadual, seu patrimônio declarado ultrapassou R$ 1,9 milhão, englobando 18 postos de combustíveis e 12 empresas mencionadas nas investigações.
O que diz a Alerj
Por meio de nota, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) informa que “acompanha o caso com atenção e vai aguardar a decisão da Justiça sobre as investigações. Todas as providências cabíveis serão tomadas com base no Regimento Interno da Casa”, finaliza.